quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Jarinu e sua historia


Ola caros amigos no post de hoje estarei colocando um pouco de história, e essas histórias e sobre a cidade de jarinu, muitos anos se passaram e ainda tenho a sensação de que nada mudou, principalmente nos bairros mais antigos, como campo largo por exemplo.

Seria o progresso um fator de crescimento somente para bairros próximos do que é a cidade de jarinu? ou jarinu é apenas um bairros chamado de cidade? bom não sei e posso ate estar errado com as minhas opiniões mais adoro essa cidade, mais gostaria que todos os bairros crescerem juntos e que a política não fossem somente para uma parte da cidade, infelizmente isso não é assim e estamos vendo que os bairros que deram origem a toda essa massa estão ficando no esquecimento vamos abrir os olhos amigos da onça.

A HISTÓRIA

É sabido, através de documentos antigos da época, que, em 1650 já havia muitas fazendas espalhadas pela região conhecida por Caioçara, nome esse que é conservado até hoje. Confinam-se os bairros Caioçara de Jarinu e de Atibaia.

Os bandeirantes, contornando pela esquerda o morro da Cangica, teriam atingido o altiplano onde foi construído, há tempos, o prédio da estação de Campo Largo, da Estrada de Ferro Bragantina. Nas imediações desse local situava-se a próspera fazenda de Antônio Pedroso de Barros e dessa propriedade, calcula-se, teriam partido todos os movimentos conducentes ao desbravamento de toda a região.

O aparecimento do burgo de Atibaia (lembre-se, de passagem, apenas como ponto de referência ou de apoio para o raciocínio) data de 1665. Pois em 1653 (doze anos antes, portanto), do inventário do nomeado Antônio Pedroso de Barros, constam, com pormenores, as divisas da região denominada Caioçara, cujas terras pertencem, hoje, parte ao município de Jarinu e parte ao de Atibaia.

Nas terras situadas antes de Juquerí (hoje Mairiporã), para quem parte de São Paulo, já havia nesse tempo, propriedades de bandeirantes notáveis como Antônio Pedroso de Alvarenga, Braz Cardoso, Paulo Pereira, Pedro Fernandes, Mateus Luiz Grou, Francisco Rodrigues Velho e seus irmãos, e muitos outros sertanistas de prol.
Enquanto Antônio Pedroso de Barros se estabelecia na região denominada Caioçara, Jerônimo de Camargo, lá pelo ano de 1663, mais ou menos, explorava o sertão de Atibaia. Jerônimo de Camargo, nascido em São Paulo e casado com Ana de Cerqueira, era o 5º filho do sevilhano José Ortiz de Camargo (conhecido por Juzepe de Camargo) e da paulista Leonor Domingues. Ana Cerqueira era filha primogênita de Francisca Bueno e de Felipe Vaz; irmã de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, e sobrinha de Amador Bueno da Ribeira.

Ao tempo do povoamento de Atibaia e de Campo Largo (Jarinu), a Capitania de São Paulo era governada por D. Luís Antônio Botelho de Sousa Mourão, Morgado de Mateus. Enquanto nasciam as povoações de Atibaia e de Campo Largo (Jarinu), iam despontando aqui, lá e acolá, outros vilarejos como Jundiaí, Mogi-Mirim, Limeira, Piracicaba, e etc.

Em 1730, o atibaiano Lucas de Siqueira Franco é investido no cargo almotacé, tomando parte ativa na política de São Paulo. Este cidadão exerceu grande influência em Atibaia e em Campo Largo (Jarinu).

Em 1765, eram lavradores no Bairro do Campo Largo (Jarinu): Sebastião Barreto, João Franco Viegas (o moço), Leonor Domingues de Camargo, Inácio de Oliveira Preto, João Gomes de Morais, João de Siqueira, José da Cunha Ribeiro, Inácio de Godói Cardoso, João Ribeiro de Camargo, Inácio Corrêia de Morais, Antônio de Lima
Camargo, Veríssimo da Mota Maciel, Gonçalo de Alvarenga, Pedro de Camargo Pimentel, Cosme Damião Ribeiro, Antônio dos Santos, Francisco de Godói Moreira, Pedro de Lima Camargo, José de Gois Pimentel, João Pires, José de Campos de Lima, João Ferreira de Camargo e outros.

Em 1786, Lourenço FRANCO DA ROCHA, o fundador de Campo Largo (Jarinu), é nomeado Capitão desse bairro. Lourenço Franco da Rocha, casado com Rita de Cássia de Morais, era filho do 2º capitão-mor de Atibaia, Francisco da Silveira Franco e de D. Maria Cardoso de Oliveira (casados em Parnaíba). O pai fundador de Campo Largo (Jarinu) teria falecido em 1801. Rita de Cássia de Morais era filha do Capitão Francisco Lourenço Cintra.

Em 1796, Campo Largo (Jarinu), cujo Capitão era Lourenço Franco da Rocha, possuía, em toda a região, 496 almas com 85 fogos, dos quais 53 no burgo (povoação).

Em 1798, o maior lavrador em Campo Largo (Jarinu) era o seu Capitão, Lourenço Franco da Rocha. Nesse ano, teria ele vendido 100 alqueires de milho, 80 alqueires de feijão, 14 bestas, 4 potros e 5 bois. (Compare-se, de passagem, a renda do maior lavrador de Campo Largo (Jarinu) com a do maior lavrador de Atibaia, Frutuoso
Furquim de Campos, na mesma época. Este teria vendido 100 alqueires de milho, 80 alqueires de feijão, digo, 30 arrobas de açúcar, 20 canadas de aguardente - a canada, antiga medida de capacidade eqüivalia a 2.622 litros - e trinta alqueires de feijão). Na época, o mais rico lavrador de Atibaia tinha 100 escravos.

Em 1807, o Capitão Lourenço Franco da Rocha e sua mulher Rita de Cássia de Morais, por escritura pública de 7 de Janeiro, desmembram sua fazenda e doam a gleba de terras onde foi erguida a Capela de Nossa Senhora do Carmo de Campo Largo (Jarinu), hoje Matriz da Paróquia sob a invocação da mesma Padroeira. Para início do patrimônio, doaram, ainda, uma casa situada em Atibaia.

Em 1811, o Capitão Lourenço Franco da Rocha passa a fazer parte da Câmara Municipal de Atibaia, como vereador por Campo Largo (Jarinu). Em 1814, cuidou-se, em São Paulo, da construção do prédio para a Santa Casa de Misericórdia, que deveria acudir os necessitados de toda a Capitania. Dentre as pessoas que contribuíram para a construção do Hospital, figura gente de Campo Largo (Jarinu): o Capitão Lourenço Franco da Rocha e Inácio Caetano da Silveira.

Para ter-se uma idéia de quanto valia a moeda naquele tempo, leia-se isto: “O Vigário de Nazaré, Luiz Manoel de Souza Freire alugava os seus 24 escravos a cem réis por dia cada um.

Em 1817, o Município de Atibaia tinha 5 companhias de ordenanças, das quais a terceira compreendia Campo Largo (Jarinu). Nesse mesmo ano, Von Spix e Von Martius, em suas andanças pela Capitania de São Paulo, passam por Campo Largo. Eis como eles narram a sua passagem por estas bandas:- “Devemos à atividade do capitão-mor de Jundiaí, um novo arrieiro que logo consertou as cangalhas e nos conduziu já à tarde seguinte duas léguas adiante, no caminho de Minas. Segue a estrada por uma região pantanosa e coberta de espessos arbustos. Mais para o norte se estende um campo montanhoso (Campo Largo) que nos apresentou rica florescência de belas plantas alpestres (aí notamos entre os arbustos Paspalus Chrystachyos Scharad, que caracteriza os campos, muitas Wedelias, Gaudichandias, Buttnerias, (Cenemidos) Cnemidostelhys, Palicureas, Decliencias, Escobedia (Scabrifolia, Eryngium lingua Tucuni nob, etc.)”.

Em 1818, Inácio Caetano da Silveira, irmão do fundador de Campo Largo (Jarinu) passa a fazer parte da mesma Câmara Municipal de Atibaia. Inácio Caetano da Silveira era casado com uma sua sobrinha. Delfina da Silveira Campos, que vinha a ser filha de Lucas de Siqueira Franco e de Ana Gabriela de Campos. Lucas de Siqueira
Franco, nome grandemente ligado às pessoas e cousas de Campo Largo (Jarinu) foi o primeiro capitão-mor de Atibaia, nomeado por D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, Governador e Capitão General da Capitania de São Paulo. (Mor= forma sincopada de Maior). Lucas de Siqueira Franco, nascido em Atibaia, em 1715, era filho de Inácio de Siqueira Ferrão, natural de Guarulhos donde viera para Atibaia.

Em 1820 uma filha do Capitão Lourenço Franco da Rocha casa-se com o professor Inácio Waldino de Abreu, regente da cadeira de gramática Latina. Este professor, antes de mudar-se para Limeira, onde deixou grande e ilustre descendência, foi também vereador e exerceu as funções de agente do correio em Atibaia.

Em 21 de Julho de 1821, nas casas da Câmara e Paços do Conselho pelo povo foi jurada obediência a S. M. o Senhor D. João VI, Rei Constitucional do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Dentre as pessoas presentes que firmaram o termo de juramento e obediência ao novo Governo, estava Francisco Alves de Siqueira, ascendente remoto do autor destas linhas. Em 1824 teria ido para Nazaré o padre Camilo José de Morais Lellis, que também fora Vigário de Campo Largo (Jarinu).

Em 1828 o padre Frutuoso Furquim às instâncias do morador de Campo Largo (Jarinu) Inácio Franco de Camargo pede à Câmara Municipal seja a povoação de Campo Largo (Jarinu) elevada à categoria de Capela Curada. Este Inácio Franco de Camargo foi uma das pessoas de Campo Largo (Jarinu) que também contribuíram para a ereção
da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Nesse mesmo ano de 1828, volta a fazer parte da Câmara Municipal de Atibaia Inácio Caetano da Silveira, irmão do fundador de Campo Largo (Jarinu). Em 12 de Outubro de 1830, foi a povoação elevada à categoria de Capela Curada, com o nome de Capela Curada de Nossa Senhora do Carmo de Atibaia. Nesse mesmo ano, procedendo-se ao primeiro alistamento para o corpo de jurados de Atibaia, dele ficou fazendo parte o Capitão Lourenço Franco da Rocha, o fundador de Campo Largo (Jarinu).

Em 1833, para o cargo de Juiz de Paz de Campo Largo (Jarinu), foi nomeado o antigo morador dessa Capela, Antônio José de Figueiredo, que não tomou posse por ter conseguido dispensa, a pedido, alegando ser já velho e aleijado de ambos os braços, ferido que fora, gravemente, nas guerras do sul. Nesse ano de 1833 era vigário de Campo Largo (Jarinu) o padre Estanislau José Soares. A Guarda Nacional, em Atibaia, era constituída de 6 companhias, das quais a 5ª era formada de pessoal de Campo Largo (Jarinu).

Em 1835 o Prefeito de Atibaia comunica à Câmara Municipal ter o Governo nomeado para subprefeito de Campo Largo (Jarinu), o Capitão Inácio Caetano da Silveira, irmão do fundador do Burgo.

Em 1836, o Marechal Daniel Pedro Muller, Engenheiro Militar do Exército Brasileiro recebeu do Governo Provincial o encargo de organizar a estatística da Província de São Paulo. Eis o resultado do levantamento então feito:- População do Município: 10.211 habitantes, sendo 3.768 homens e 3.973 mulheres. Escravos: 1.331 homens e 1.129 mulheres. O número de fogos era de l.804. O Município todo se compunha:- o 1º Distrito (da vila), com 8 quarteirões; o 2º Distrito, freguesia de Santo Antônio (Piracaia); o 3º Distrito, freguesia de Nazaré; e o 4º Distrito Capela de Campo Largo (Jarinu), etc. A 5 de Fevereiro de 1842 foi a Capela Curada de Campo Largo (Jarinu) elevada à categoria de Freguesia. Em 1844 a Freguesia de Campo Largo (Jarinu) passa para o termo de Jundiaí. Em 1846, volta a pertencer de novo à Atibaia. Em 1845-1846, Atibaia possuía 661 fogos e 7 eleitores e Campo Largo (Jarinu) 270 fogos e 3 eleitores. O termo todo, isto é, Atibaia, Santo Antônio (Piracaia), Nazaré e Campo Largo (Jarinu), possuía 30 eleitores. Entre 1845 e 1848 foi vigário de Campo Largo (Jarinu) o padre Francisco de Toledo Dultra; e entre 1853 e 1856, o célebre pregador sacro Frei Samuel de Lodi, que chegara à Bahia em 1843 onde foi Prefeito da Ordem. Transferido em 1847 para o Rio de Janeiro, veio para São Paulo em 1848 e foi para Santa Isabel em 1855. Quando esteve em Campo Largo (Jarinu), este capucho recebia, trimestralmente 10$000; em 1865, a Câmara Municipal de Atibaia, em sua primeira reunião tratou de reajustar o ordenado do funcionalismo. E fê-lo da maneira seguinte: Secretário da Câmara 120$000; Fiscal da cidade 100$000; Fiscal de Campo Largo (Jarinu) 30$000 e Porteiro 50$000. A tabela de vencimentos retro consignada era para o ano todo.

Em 1873 toma parte ativa na Convenção de Itú o campo-larguense Tristão da Silveira Campos, nascido em Campo Largo (Jarinu), filho do Capitão Inácio Caetano da Silveira. Tristão de Silveira Campos, sobrinho do fundador de Campo Largo (Jarinu) faleceu em Amparo, para onde, em 1855, tinha transferido a residência (Foi abastado fazendeiro, político influente e correligionário de Bernardino Campos) Tristão faleceu em 1900. Em 23 de Junho de 1873, na reunião republicana promovida para escolha do representante do município no Congresso do Partido Republicano, assinaram a respectiva ata: como presidente José Inácio da Silveira; e mais as seguintes pessoas de Campo Largo (Jarinu): Estanislau José Soares de Moura, Bento Soares de Moura e José Jorge de Moura.

Em 1876, Campo Largo (Jarinu) tinha 1.532 habitantes, inclusive 158 escravos. De 1883 a 1886, foi presidente da Câmara Municipal de Atibaia, o fazendeiro José Inácio da Silveira, radicado em Campo Largo (Jarinu). Em 1886, o Município de Atibaia tinha 9.034 habitantes, sendo 6.924 em Atibaia e 2.110 em Campo Largo (Jarinu). Atibaia tinha, então, 113 eleitores e Campo Largo (Jarinu) 16 eleitores.

Em 26 de Janeiro de 1890, eleitores de Atibaia num abaixo-assinado, reconhecem como membro do diretório do Partido Republicano local, o chefe político de Campo Largo (Jarinu), Tenente José Inácio da Silveira. Em Julho de 1895 Rangel Júnior e Cardoso de Almeida apresentaram à Câmara Estadual, projeto de lei destinado à elevar a freguesia de Campo Largo (Jarinu) à categoria de Município. Esse movimento não teve êxito e, a respeito dele, assim se manifestou, na época “O DEMOCRATA FEDERAL”, órgão da imprensa paulista, em seu número de 2 de Julho de 1895: “Não faça o distinto campo-larguense, chefe governista em Atibaia, questão de governar Atibaia e Campo Largo com uma só Câmara Municipal; contente-se em ser influência política benéfica em dois municípios e terá servido e honrado sua terra natal”. O jornal não cita o nome do distinto campo-larguense, presume-se que se tratava do Coronel José Inácio da Silveira, conhecido simplesmente por José Inácio, e cuja memória ficou perpetuada numa rua em Jarinu e em Atibaia.

Em 20 de Agosto de 1898, nasce em Campo Largo (Jarinu), o Prof. Francisco da Silveira Bueno, poeta, jornalista, gramático, filólogo e dicionarista, nome sobejamente conhecido no Brasil, e fora dele, como uma das mais altas expressões da cultura luso-brasileira. Filho do Prof. Alexandrino da Silveira Bueno e da Profª Dª Antônia Maria do Nascimento, o ilustre jarinuense é catedrático de Filologia Portuguesa da Universidade de São Paulo. Alexandrino da Silveira Bueno e D. Antônia Maria do Nascimento foram os primeiros professores (normalistas) de Campo Largo (Jarinu). Faleceram, respectivamente, a 8 de Outubro de 1919 e 8 de Dezembro de 1951 e estão enterrados em quadra perpétua do Cemitério Municipal de Atibaia. Na lage que cobre esse túmulo, o maior professor de Jarinu, de São Paulo e do Brasil, sobejamente conhecido no mundo inteiro, mandou insculpir, com
traços indeléveis de amor filial, estes versinhos de célica doçura:

“Se velastes por nós, ó pais amados,
Dando por nós o vosso coração,
Por vós choramos, hoje, desolados,
Em nossa amargurada solidão!”

(Parte de original transcrito em 23 de Maio de 1972, de algo de concreto conseguido pelo Sr. Lázaro Siqueira, sobre a nossa terra e a nossa gente: Jarinu. Fonte: Decas PMJ).

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